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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Sistema de Arquivos


O que é um sistema de arquivos? 

Não é possível gravar dados em um HD ou em qualquer outro dispositivo de armazenamento de forma a manter as informações acessíveis e organizadas sem um sistema de arquivos - essencialmente um tipo de estrutura que indica como os arquivos devem ser gravados e lidos pelo sistema operacional do computador.

É o sistema de arquivos que determina como as informações podem ser guardadas, acessadas, copiadas, alteradas, nomeadas e até apagadas. Ou seja, resumindo, toda e qualquer manipulação de dados em um dispositivo de armazenamento necessita de um sistema de arquivos para que estas ações sejam possíveis. Em resumo, sem um sistema de arquivos, os dados armazenados seriam apenas um conjunto de bits sem utilidade.

Há vários sistemas de arquivos disponíveis, para os mais diversos sistemas operacionais e para as mais variadas finalidades. Por exemplo, sistemas de arquivos utilizados em aplicações críticas - servidores de internet, por exemplo - costumam ter mais recursos para segurança ou para armazenamento de grandes volumes de dados.


FAT-16

O FAT16, que surgiu lá pelo final da década de 70 e usado pelo nosso querido amigo MS-DOS, é uma espécie de "pau pra toda obra", já que é compatível com praticamente todos os sistemas operacionais e também dispositivos como câmeras, palmtops, celulares e MP3players. Ele é o sistema de arquivos usado por padrão nos cartões SD e também nos pendrives de até 2 GB. Só recentemente os cartões passaram a utilizar FAT32, com a introdução do padrão SDHC.


No sistema FAT, o HD é dividido em clusters, que são a menor parcela do HD vista pelo sistema operacional. Cada cluster possui um endereço único, que permite ao sistema localizar os arquivos armazenados. Um grande arquivo pode ser dividido em vários clusters, mas não é possível que dois arquivos pequenos sejam gravados dentro do mesmo cluster. Cada cluster pode ser composto por de 1 a 64 setores (ou seja, de 512 bytes a 32 KB), de acordo com o tamanho da partição.

A principal limitação é que, como o nome sugere, o FAT16 usa endereços de 16 bits para endereçar os clusters dentro da partição, permitindo um máximo de 65536 clusters, que não podem ser maiores que 32 KB. Isso resulta num limite de 2 GB para as partições criadas.

No caso de HDs (e também pendrives ou cartões) maiores que 2 GB, é possível criar várias partições de 2 GB cada uma, até utilizar todo o espaço disponível. Esta pode ser uma solução no caso de dispositivos com 4 ou 5 GB, por exemplo, mas naturalmente não é uma opção realística no caso de um HD de 60 GB, por exemplo, onde seria necessário criar 30 partições!

Numa partição de 2 GB, cada cluster possui 32 KB, o que acaba resultando num grande desperdício de espaço ao gravar uma grande quantidade de arquivos pequenos. Imagine que gravássemos 10.000 arquivos de texto, cada um com apenas 300 bytes. Como um cluster não pode conter mais do que um arquivo, cada arquivo iria ocupar um cluster inteiro, ou seja, 32 kbytes. No total, os 10.000 arquivos ocupariam um total de 10.000 clusters, ou seja, um total de 320 MB!

Como em toda regra, existe uma exceção. O Windows NT permitia criar partições FAT de até 4 GB usando clusters de 64 KB, mas este foi um recurso pouco usado, devido ao desperdício de espaço.
A versão original do Windows 95 suportava apenas o FAT16, obrigando quem possuía HDs maiores que 2 GB a dividi-los em duas ou mais partições e a lidar com o desperdício de espaço causado pelos clusters de 32 KB.

A solução foi a criação do sistema FAT32, que foi incorporado no Windows 95 OSR/2 e continuou sendo usado nas versões seguintes.



Postado por: Diego



quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Ada Lovelace Day


Esse pequeno post veio meio atrasado, mas o que vale é a intenção ;D
No dia 16 de outubro comemora-se o Ada Lovelace Day!!
Neste dia, organizações pelo mundo todo prestam homenagens não apenas à programadora, mas a outras “Adas” que seguiram seus passos – mulheres que se destacaram em áreas das ciências exatas, comumente dominadas por homens.

Antes de tudo, vamos falar um pouco dessa mulher que inspira tantas outras há mais de 100 anos:



Ada Byron King, a condessa de Lovelace (Ada Lovelace - 10 de dezembro de 1815 - 27 de novembro de 1852) nasceu na Inglaterra, única filha legítima do poeta ingles Lord Byron e de Annabella Milbanke Byron.

Ada Byron, ou Sr.ª Lovelace, foi uma das mais curiosas personagens da história da computação.

Cinco semanas após seu nascimento, sua mãe, a Sr.ª Byron, pediu o divórcio do escritor e conseguiu a custódia da filha. Ada foi criada por sua mãe para ser matemática e cientista. A Sr.ª Byron, recém separada, tinha medo de que ela trilhasse os mesmos caminhos do pai e se tornasse uma poetisa. Apesar dos planos de sua mãe, Ada nunca negou suas inclinações poéticas e ansiava por ser “analista e metafísica”. Com cerca de trinta anos, Ada escreveu a sua mãe perguntando: Se você não pode me dar poesia, pode dar-me então ciência poética?* Seu entendimento de matemática foi sempre envolvido de imaginação e descrito em metáforas.

Por estar frequentemente doente e de cama, Ada foi educada em sua própria casa por grandes mentes de seu tempo, como William Frend, Mary Somerville, Augustus De Morgan e William King — com quem mais tarde se casaria, tornando-se a Condessa de Lovelace.



Estudou matemática e ciências. Autodidata, desde jovem trabalhou com Charles Babbage, a quem consideramos como o pai dos ordenadores, graças a sua máquina analítica que funciona com o mesmo princípio dos computadores atuais.

Em 1833, o projeto no qual ele trabalhava, a máquina de uso geral “Engenho Analítico”. Fascinada pela invenção, Ada passou a se corresponder com Babbage, fazendo anotações sobre seu trabalho. Ela desenvolveu uma maneira de calcular números de Bernoulli usando a máquina de Babbage. Assim, escreveu o que posteriormente seria considerado o primeiro algoritmo computacional.


Em suas anotações, a “encantadora de números”**, como Babbage a chamava, predizia que uma máquina como aquela um dia produziria música, gráficos e imagens, além de ser utilizada tanto para atividades práticas do dia a dia como para a pesquisa científica.
Ada sugeriu a Babbage que escrevesse um plano sobre como a máquina deveria calcular números de Bernoulli. Esse plano é considerado o primeiro programa de computador da história. 
Ada faleceu em Londres no dia 27 de Novembro de 1852, aos 36 anos, de câncer de útero, deixando dois filhos e uma filha, conhecida como Lady Anne Blunt. Em 1953, cem anos depois da sua morte, a máquina analítica de Babbage foi redescoberta e seu projeto e as notas de Ada entraram para história como o primeiro computador e software, respectivamente.

Apesar de Ada ter vivido muito pouco, assim como seu pai, ela foi responsável por antecipar, em mais de um século, o que consideramos como a computação moderna.

Em 1980, o Departamento de Defesa dos EUA registrou a linguagem de programação Ada, em sua homenagem

Ada – linguagem de programação de alto nível adaptada ao tratamento de dados numéricos e à escritura de programas de base e de sistemas que funcionam em tempo real. (Grande Enciclopédia Larousse Cultural)

E isso é apenas um resumo sobre a vida e história de Condessa Lovelace.


Dia 16 de outubro

A comemoração desse dia surgiu em 2009 por Suw Charman-Anderson. A tecnóloga, jornalista e escritora afirma que se cansou das contínuas desculpas das empresas de tecnologia a respeito da falta de palestrantes mulheres em conferências, e decidiu fazer algo a respeito.
Infelizmente, ao contrário de Ada, outras mulheres cientistas nunca foram reconhecidas, e isso ajudou a disseminar a ideia de que não somos preparadas para os números.
Descobertas fundamentais foram realizadas pelas mulheres. A cientista Lisa Meitner foi a real autora de cálculos que permitiram a descoberta da fusão nuclear, mas o homem que ganhou o Nobel pelo feito em 1944 jamais a mencionou.

Fato semelhante ocorreu com Rosalin Franklin, autora da fotografia que permitiu revelar a estrutura da dupla hélice do DNA, e de Nettie Stevens, que descobriu em 1905 os cromossomos X e Y, que determinam o sexo das pessoas. Jamais foram citadas como suas co-autoras na época em que os feitos foram alardeados. Até mesmo a primeira mulher de Albert Einstein, Mileva Maric, somente agora começa a ser reconhecida por seu papel nas descobertas do marido. Isso, só para ficar em alguns exemplos.


Existem sites que homenageiam esse dia e dão oportunidade para as grandes mentes femininas contarem suas historias.

Você pode conferir em:



E finalizando esse post (que por incrível que pareça poderia ser bem maior), deixo um poema do pai da nossa homenageada, porque simplesmente eu gosto de poemas e acho que combina com o tema de hoje ;D

"Aqueles que se recusam a serem chamados à razão, são intolerantes; Aqueles que não conseguem, são tolos; E aqueles que não se atrevem, são escravos"

Fontes:

*Ciência poética, tá ai algo que eu gostaria de ver...
**tem apelido mais apropriado?

Mayara